Esmalte, salsicha e sol do meio-dia: quais agentes externos podem causar câncer?

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Profissional de medicina lista fatores que podem desencadear a doença no organismo humano e quais são as práticas capazes de contribuir para que haja uma redução de risco

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que até 2025 surjam 704 mil novos casos de câncer no Brasil, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste do país, que concentram cerca de 70% da incidência da doença. Apesar dos números serem assustadores, a boa notícia é que aproximadamente 40% desses casos podem ser prevenidos ao se evitar fatores de risco, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

A instituição transnacional destaca que um estilo de vida saudável pode diminuir as chances de desenvolvimento de câncer, que ocorre quando células normais sofrem alterações genéticas que afetam seu crescimento e função. As células alteradas passam a se multiplicar de forma descontrolada, formando tumores, e assim o câncer pode se espalhar para outras partes do corpo, invadindo tecidos e órgãos saudáveis, processo conhecido como metástase.

De acordo com o Responsável Técnico da rede AmorSaúde, Dr. Alexandre Pimenta, podem desencadear o câncer no organismo humano, fatores relacionados ao estilo de vida, como: alimentação inadequada, falta de atividade física, obesidade, consumo excessivo de álcool e exposição a substâncias carcinogênicas — a exemplo de tabaco e amianto — e à radiação ionizante. “Além, é claro, de predisposição genética e certas infecções virais, como o HPV e o vírus da hepatite B e C”, elenca o profissional da maior rede de clínicas médico-odontológicas do Brasil.

Sol do meio-dia, ultraprocessados e produtos de beleza

Conforme destaca o médico, a exposição ao sol por si só não é um fator cancerígeno, mas a radiação ultravioleta (UV) presente na luz solar representa um fator de risco ao desenvolvimento de câncer de pele. “A exposição intensa ao sol do meio-dia, quando os raios UVB são mais fortes, aumenta o risco de queimaduras solares e danos ao DNA das células da pele, o que pode levar ao desenvolvimento de câncer de pele”, explica o Dr. Alexandre Pimenta.

Além da exposição ao sol, a relação entre alimentação e câncer também possui caráter complexo e multifatorial. Embora não exista uma dieta específica que garanta proteção total contra a doença, há evidências crescentes de que certos hábitos alimentares podem influenciar no risco de seu desenvolvimento.

“Alguns estudos sugerem uma possível associação entre o consumo excessivo de carnes processadas, como salsichas, presuntos e bacon, e um maior risco de câncer colorretal”, aponta o profissional. O risco pode ser atribuído à presença de substâncias carcinogênicas, como nitratos e nitritos, que são utilizados para preservar e processar esses alimentos. “O fator cancerígeno nesses casos está mais relacionado ao consumo frequente e em quantidades consideráveis desses alimentos”, pondera o médico.

Outro elemento tido pelo senso comum enquanto possível vilão é o esmalte para unhas, o médico afirma que não há evidências científicas de que o item possa causar câncer. “No entanto, alguns esmaltes podem conter substâncias químicas que estão associadas a possíveis efeitos adversos à saúde, como irritação ou alergias cutâneas”, ressalta.

Além dos fatores já mencionados, outros menos conhecidos também podem estar associados ao risco de desenvolvimento da patologia. “Infecções crônicas, como o vírus da hepatite, o vírus Epstein-Barr (EBV) e o Helicobacter pylori, podem aumentar o risco de câncer de fígado, nasofaringe e estômago, respectivamente. Além disso, a exposição a certos produtos químicos industriais, fatores hormonais, exposição a radiação ionizante e histórico familiar também podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento da doença”, ressalta o Dr. Alexandre.

Como reduzir o risco de desenvolver câncer

De acordo com o Responsável Técnico pela maior rede de clínicas médico-odontológicas do país, manter hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, a prática de exercícios físicos regulares, o controle do peso e o não consumo de substâncias tóxicas, pode reduzir o risco de desenvolvimento de câncer. “Adotar um estilo de vida saudável é fundamental na prevenção do câncer. Por isso, evite fumar ou se expor ao fumo passivo, limite o consumo de álcool, mantenha um peso saudável e consuma uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes, grãos integrais e alimentos com baixo teor de gordura”, indica o médico.

Em relação aos raios de sol, o Dr. Alexandre indica adotar medidas de proteção, como o uso de protetor solar, roupas adequadas e evitar a exposição direta durante os horários de pico. Já em relação aos esmaltes, o profissional recomenda o uso de marcas confiáveis e, se houver preocupação, optar por esmaltes livres de substâncias potencialmente prejudiciais.

“Vacine-se contra infecções virais, como o HPV e o vírus da hepatite B, realize exames de triagem, como mamografia e colonoscopia, de acordo com as orientações médicas e a idade, e mantenha um bom controle de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão”, indica.

Atendimento:

Milena Almeida

(19) 99692-7027

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