Por que este órgão é costumeiramente chamado de “segundo cérebro” dentro da estrutura do corpo humano? O intestino é, frequentemente, chamado de “segundo cérebro”.
Isso acontece devido à sua complexa rede de neurônios e ao seu papel fundamental na regulação de diversas funções corporais e emocionais. Esse conceito está relacionado ao sistema nervoso entérico, que consiste em milhões de neurônios presentes no trato gastrointestinal.
Sim, nós temos neurônios no intestino!
O intestino desempenha um papel vital na digestão e absorção de alimentos, mas vai além disso. Ele é capaz de operar de forma independente do cérebro central, embora também esteja interconectado a ele. Essa rede de neurônios intestinais influencia o humor, o comportamento e até mesmo a cognição.
A neurocientista do SUPERA, Livia Ciacci, explica que, neste contexto, se alimentar nunca foi só sobre calorias porque sempre significou uma sobrevivência em grupo.
Por isso o sistema límbico, aquele responsável pelas emoções, tem uma conexão próxima com o sistema gastrointestinal e com as moléculas sinalizadoras de cada tipo de nutriente.
“O intestino possui cerca de 500 milhões de neurônios. É o suficiente para formar um cérebro próprio! Esse sistema nervoso próprio não tem só a função de coordenar a digestão e absorção, ali também é produzida 90% da serotonina liberada no corpo (sim, aquela substância associada ao bem-estar), além de mais 30 mensageiros químicos e manutenção de toda a rede de bactérias essenciais na saúde”, detalhou.
Tanta complexidade nas interações entre mente e intestino é exemplificada por muitas descobertas recentes na área. Hoje sabemos que o tipo de microbiota (famílias de bactérias) que temos no intestino facilita ou complica a qualidade das habilidades cognitivas, o humor e como o sistema imunológico está.
“Sabemos que alimentos exagerados em gordura e açúcar alteram as mensagens de recompensa no cérebro e que descontamos muitas frustrações e ansiedades na comida! Estudos bem recentes têm mostrado como uma dieta balanceada com o uso de probióticos (“bactérias do bem” que ajudam a equilibrar a microbiota intestinal), apresentaram resultados positivos na diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade”, explicou.
Relação intestino – cérebro
Chamamos de eixo intestino-cérebro a comunicação bidirecional entre os sistemas entérico e nervoso. Ou seja, segundo a especialista do SUPERA – Ginástica par ao cérebro, ambos os sistemas influenciam o funcionamento e desempenho um do outro. “Todas as substâncias produzidas pelo intestino ou por suas bactérias influenciam o cérebro, e o estresse é um exemplo de como o cérebro pode afetar o intestino. O estresse crônico pode causar problemas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia ou constipação”, concluiu.
10 dicas que fazem bem ao cérebro e ao intestino
1) Consuma uma dieta rica em fibras: As fibras alimentares são essenciais para a saúde do intestino, pois promovem o crescimento de bactérias benéficas. Alimentos como frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas são boas fontes de fibras.
2) Inclua probióticos na sua alimentação: Probióticos são micro-organismos benéficos para o intestino. Iogurtes e alimentos fermentados são boas fontes de probióticos.
3) Hidrate-se: Beber água suficiente é crucial para manter o equilíbrio hídrico no corpo, inclusive no intestino.
4) Consuma ácidos graxos ômega-3: Peixes, como salmão e sardinha, são ricos em ômega-3, que ajuda a reduzir a inflamação no corpo e pode beneficiar o cérebro.
5) Exercite-se regularmente: A atividade física não apenas ajuda na circulação sanguínea, mas também estimula a liberação de substâncias químicas benéficas para o cérebro.
6) Reduza o estresse: O estresse crônico pode afetar negativamente o intestino e o cérebro. Práticas de gerenciamento do estresse, como meditação e ioga, podem ser úteis.
7) Durma bem: O sono adequado é vital para a saúde cerebral e intestinal. Tente manter uma rotina de sono regular.
8) Evite alimentos processados e açúcares refinados: Esses alimentos podem causar inflamação e perturbar o equilíbrio das bactérias intestinais.
9) Mantenha um peso saudável: O excesso de peso está associado a problemas intestinais e pode afetar a função cerebral.
10) Mantenha-se mentalmente ativo: Exercitar o cérebro por meio de exercícios cognitivos ou ginástica para o cérebro ajuda a preservar a função cognitiva.
Ana Lucia Ferreira
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