Estou gostando de abordar esses temas aqui no Blog, afinal de contas sou mãe e sei que muitas mães e pais acompanham meu trabalho. Achei o assunto interessante para trazer, como falei em um outro post do mesmo site, eu os acompanho, sou inscrita e recebo sempre as matérias por email e além de gostar ajuda muito. Então porque não compartilhar com vocês, não é mesmo?
Fonte: Como educar seus filhos
Todo pai deseja ter filhos obedientes. Mas, quando falamos em obediência, a cena que mais rapidamente nos vem à mente é a de crise. Em geral, quando ouvimos “obediência” pensamos em desobediência. Nós só paramos para nos preocupar com a obediência quando uma situação de crise já está instalada, quando a criança faz uma birra no supermercado porque quer levar um doce para casa, quando se recusa terminantemente a guardar os brinquedos, quando se tranca num quarto porque não quer ir embora da casa do colega.
Na maioria dos casos, as soluções mais empregadas para aplacar uma crise de desobediência são aplicar um castigo, oferecer um prêmio ou recompensa pela obediência ou apelar para o “quem manda aqui sou eu”. Castigos e recompensas são alternativas válidas e, de fato, muitas vezes é necessário afirmar a autoridade diante dos filhos, demonstrando segurança e firmeza e, principalmente, evitando ceder depois de ter dado uma ordem – daí a importância de pensar antes se a ordem que daremos poderá ser cumprida pela criança.
Poucos pais, contudo, pensam em tentar fazer com que seus filhos QUEIRAM obedecer, preparando o terreno para evitar crises. Não seria muito melhor se não tivéssemos de fazer a criança obedecer “por mal”? Afinal, não queremos situações de crise acontecendo o tempo inteiro em nossa vida familiar. Se a toda hora precisamos fazer uma intervenção militar, isso acaba nos deixando cansados, desgastados, nervosos e nossa vida em família vai ficando tumultuada. Além disso, num momento de tensão, é mais difícil se controlar, manter a calma e não agir simplesmente por impulso.
Mas será possível inculcar nos filhos um princípio de obediência e evitar essas situações?
Quando passamos uma informação, ao falarmos algo, essa informação vai da nossa boca para o ouvido do ouvinte, chega até o cérebro dele, é processada e, depois disso, temos uma resposta positiva ou negativa, consentindo ou declinando da nossa proposta. Do ponto de vista da atividade psíquica, há um elemento chamado atenção, que favorece ou dificulta a acolhida da informação recebida. Em outras palavras, quando alguém nos pede uma coisa, dependendo do nosso estado, dependendo da relação que temos com a pessoa, dependendo também do estado da pessoa, temos mais facilidade ou dificuldade de executar o que foi pedido.
No relacionamento com a criança é a mesma coisa. Há algumas condições que favorecem ou dificultam a capacidade que a criança tem de acolher e executar o que pedimos para ela.
As condições da obediência
A primeira condição que predispõe a criança a obedecer é a alegria. A criança tenderá a lhe obedecer com menos resistência, se você a pegar num momento de alegria, em que ela está contente, bem-humorada. Isso é bastante óbvio, mas vale a pena lembrar. Com os adultos é assim também: se o chefe pede a um empregado para fazer uma coisa num momento em que este está bem disposto, animado, a ordem provavelmente será cumprida com mais facilidade.
A segunda condição é que a criança esteja tranqüila. Se ela estiver muito excitada, superestimulada, poderá ter dificuldade de prestar atenção ao que o pai lhe diz e de acolher a sua demanda. Por isso é difícil tirar uma criança de um parquinho cheio de outras crianças. Quando a criança está triste, perturbada, raivosa ou excitada, em uma crise, é bem provável que resista em obedecer.
A obediência é um processo que se constrói: a criança vai, pouco a pouco, tendo mais facilidade para obedecer. A obediência é um hábito bom da criança, estabelecido por uma relação boa entre pais e filhos. É mais fácil a criança obedecer se soubermos pedir nos momentos adequados.
Outra condição é criar um clima de confiança para dar a ordem. Devemos nos aproximar da criança, tocá-la, se for o caso, olhar para ela com olhar benévolo e doce, para criar um clima de confiança. Em geral, quando pensamos em obediência, pensamos nos momentos de crise; mas não é assim que se constrói uma relação de obediência entre pais e filhos.
Devemos ainda fazer o pedido, falar com a criança, com delicadeza e carinho.
É importante que as crianças notem que falamos com carinho e delicadeza. Não devemos só usar tons ásperos e enérgicos, sempre dando um comando. Deixemos esses tons somente para algumas situações, quando forem mais necessários. É muito mais interessante buscar atuar nos momentos em que a criança está mais propensa a nos ouvir.
Se os pais souberem aproveitar os momentos oportunos, comunicar-se de maneira eficaz e criar um ambiente propício, ficará mais fácil conseguir a obediência da criança. Pois obedecer é aceitar com prontidão e interesse a decisão de quem tem autoridade. Por isso importa muito que a criança tenha capacidade de agir prontamente, que ela esteja interessada no que os pais lhe dizem e que reconheça a autoridade deles.
Não queremos que nossos filhos nos obedeçam apenas por medo ou sob pressão de nossa presença – embora em certas situações isso seja necessário -, mas que saibam que temos autoridade, que tomamos a melhor decisão porque somos pais e os amamos e que eles aceitem isso com prontidão e interesse. Esse é o sonho de todo pai. E é possível alcançá-lo!
Leve em conta os temperamentos
Obviamente conseguir essa obediência não é tão simples assim. E nem todas as crianças responderão da mesma forma. A idade, algumas circunstâncias especiais como a chegada de um irmãozinho e o temperamento de cada uma influenciam bastante.
Há crianças de temperamento ativo que querem fazer tudo sempre à sua maneira, querem sempre dar as cartas. É preciso saber lidar com elas. Como elas ficam muito satisfeitas quando levamos em consideração a opinião delas, vale a pena ceder vez ou outra, quando a idéia for razoável.
Elas também ficam mais calmas quando lhes damos uma função. Dar responsabilidades é uma coisa importante para esse temperamento: os ativos se frustram se permanecem muito tempo quietos e, em geral, se metem em confusão. Tais crianças se encantam com desafios e, se reconhecemos habitualmente as conquistas delas, em geral a resistência à obediência como um todo diminui.
Já as crianças de temperamento expansivo geralmente resistem mais a obedecer, às vezes porque não prestaram atenção ao comando, outras porque se esqueceram do que foi dito para elas. Nesses casos, devemos repetir a ordem – se for o caso, de uma maneira mais lúdica – para gradualmente ir prendendo a atenção delas. Além disso, elas ficam vivificadas diante de novos estímulos, apreciam as mudanças e resistem a ter de se concentrar muito tempo na mesma coisa, tendo maior necessidade de liberdade, de fazer as coisas por elas mesmas, de modo que é comum não acabarem uma atividade e passarem logo para outra.
É preciso ter muita paciência para lidar com elas e ter certa flexibilidade, algumas vezes fazendo a atividade pedida junto com elas, outras vezes mudando o foco delas, da percepção auditiva e visual, pois assim ganhamos sua cooperação, e elas com isso, passam a querer obedecer. Distraí-las, nesse sentido, não é perder autoridade, e sim uma ajuda para que possam cooperar.
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